Brasil! Oh, Brasil! Que saudades tenho
do tempo que não carregava um fardo, pois não o conhecia; das matas verdes e
magníficas que ainda existiam sobre mim, dos homens que aqui não tinha e das mulheres que longe estavam.
Oh! Brasil. Que saudades dos tempos
juvenis, que outrora vivi e que outrora perdi. Minha virgindade era realmente
pura e minha; meus mares, rios, florestas.
Meus animais, homens, pássaros que
viviam para viver, comiam simplesmente por comer, pois a fome aqui não chegava.
As minhas lutas e guerras eram gloriosas, pois
justas, porque a natureza me cuidava. Depois de um longo tempo surgiu o homem e
sua cobiça. Primeiro eram todos irmãos, todos iguais; por dentro, por fora, ao
derredor, por cima e abaixo. Nas guerras entre si brigavam apenas com arco e
flecha.
No céu, ainda eu via as estrelas a
brilhar iguais às tochas como o fogo amigo da paz.
O Bom dia, Boa tarde, no qual o
"Bah Tchê" ainda era pronunciado com honras e alegrias.
Que saudades das milongas tocadas até
tarde da noite.
Apenas os ingênuos indígenas tocavam meu
corpo, bebiam de minha água e se fascinavam com a abóbada celeste sobre
mim.
Minhas riquezas, em cada canto da
imensa extensão que possuía, podia-se enxergar. Havia ouro, prata, esmeraldas,
águas puras dos rios que beiravam a perfeição. Mas fui invadida pelos Mamõyguara Opá Mamõ Pupé sobre toda a Minha Terra e
fiquei dilacerada ano após anos. Os abatis agora é
o ouro; a mãdi'og a prata e a komandá
e a petyma
o petróleo.
A transformação que ocorreu, século após século, transmutou
minhas belezas e a ignorância, a cobiça e o poder estão me levando ao fim.
Oh! Meus
filhos! Que saudades tenho do futuro que não vi. Das saudades dos límpidos rios
que não mais existem. Das estrelas que não mais se vê. Dos filhos que não são
mais tão meus.
A corrupção galopante que
acontece nas minhas entranhas trazem fortunas rápidas para os que estão no
poder, principalmente, entre os dirigentes do mais alto escalão.
Vejo minhas crianças morrendo
por falta de segurança de todos os tipos e meios.
Meus velhinhos, que
cuido com tanto carinho lhes dando a oportunidade de viverem mais, estão sendo
mortos por falta de atendimento de saúde e não é por falta de médicos, isto
muitos dos meus filhos o são, mas sim, pela falta de equipamentos cirúrgicos, de
higiene e de materiais de extrema necessidade.
Um enorme grupo dos meus
rebentos emprobecidos de oportunidades foram violentamente comprados com o
esquema eleitoreiro de "Bolsas". Estas tais "bolsas" têm
vários nomes, porém, tais atos e proposições dos Poderes Públicos visam apenas
à captação de votos, e não, aos interesses comunitários dos meus filhos. Elas,
porém, põem meus rebentos na obrigação de votarem naqueles que lhe ofereceram a
"ajuda" sem a necessidade de trabalhar. São considerados inúteis pela
sociedade pelo próprio Poder Público, pois a única utilidade são os seus votos
e quanto mais filhos fizerem mais votos terão.
Nenhum filho meu é inútil e
todos merecem educação, trabalho, segurança, alimento, saúde e, principalmente,
amor. Porque tudo aquilo que falta, demonstra inexistência de patriotismo e
amor por parte dos governantes para com os meus filhos.
Antes de acabar de expor meu
lamento de dor, peço aos corruptores e corrompidos que não cantem mais o Meu
Hino, aliás, nenhum hino referente a mim, porque de suas bocas e atitudes
somente sai uma grande traição e vou considerar isto como um insulto.
E aviso: quando suas últimas
moradas for dentro de Mim preparem-se...
Mas, onde está a
valentia dos meus filhos? Onde? Será que me abandonaram a minha própria sorte?
Filhos! Onde estão os Caras Pintadas? Debandaram todos?
Sintam! Sintam tremer meu solo. Ouço vozes bradando ao longe: Brasil, Brasil...
E olho para lá e vejo ao longe... é o sol! O sol
que está novamente brilhando e com ele a bravura dos meus filhos renascendo e
retornando e com galhardia me salvando. Agora ao olhar para a frente, vejo
novamente o céu, as estrelas e meus filhos unidos pela paz. A paz conquistada
pela união de suas vozes que em coro cantaram em todos os meus cantos e recantos mais distantes e todos em uma só
garganta clamando, bradando e cantando com orgulho a nossa vitória e novamente
se ouve o meu Hino construído com suor e sangue da minha gente.
“Brasil para sempre
serás a nossa mãe sagrada, pura e brasileira.”
Quando ouvi isto me
emocionei. Até chorei. Mas foi uma chuva de alegria e todos entenderam.
Bradem com valentia meus filhos. Sejam fortes como eu sou.
E quando pensava que os brados já haviam terminado;
ouço um silêncio, curto, é verdade, pois logo todos param e se posicionam. Agora
ao olhar para a frente, vejo o céu, as estrelas e meus rebentos unidos pela
paz. E escuto:
Mãe! Tu és uma mãe idolatrada! Nenhum dos teus
filhos fugiu a luta e estamos aqui com a clava da justiça em riste contra a
corrupção que assola a sua alma o seu corpo, os teus filhos, o teu caráter,
entretanto mãe, te amamos tanto, que se preciso for, sacrificaremos nossas
vidas para defendê-la.
A paz conquistaremos pela união de nossas vozes que
em coro cantaremos em todos os teus cantos, nos recantos mais distantes e todos
em um só som clamando, bradando e cantando com orgulho a tua vitória e
novamente se ouvirá o teu Hino construído com suor e sangue da tua gente se
preciso for. E seguindo as palavras sábias dos Farroupilhas que geraram o Hino
gaúcho diremos em alto o brado retumbante:
"Mas não basta pra ser livre;
Ser forte, aguerrido e bravo;
Povo que não tem virtude;
Acaba por ser escravo."
Mas temos um outro hino Mãe, mas que hoje nos
envergonha, é o Hino do Distrito Federal de onde deveria vir o exemplo, no
entanto nós não o cantaremos, haja vista, mãe, que a corrupção não nos
representa e não é o nosso símbolo.
Mas, já no hino do Amazonas assim aprendemos:
"Tão radiosos amanhece o futuro".
Estamos perdendo o Amazonas para os
gananciosos governantes. Como ele tão radioso amanhecerá amanhã? Está sendo
comprado até pelos estrangeiros. Teu corpo está sendo dilacerado juntamente com
as tuas riquezas, a herança dos teus filhos que tanto amas.
Mãe! Muitos dos teus filhos que
tentaram te proteger foram mortos sem dó nem piedade; até uma religiosa, já
velhinha de corpo e com a Bíblia Sagrada nas mãos, morreu pelas mão da ganância
e tu, querida mãe, que guarda nossos corpos quando a escuridão da morte nos
assola, está sendo vendida como se prostituta fosses. É humilhante para um
filho ver e pouco poder fazer. E os nossos líderes?! Onde estão?! Com certeza, “enchendo
as burras” com o dinheiro roubado, desviado das tuas riquezas Oh! Mãe gentil...
E para finalizar, mas não por falta de
denúncias, pois todos te agradecem enaltecidos e com a bravura que somente um
filho muito amado pode cantar aos prados retumbantes te trazemos as palavras dos
teus filhos baianos:
"Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações.
Cresce, oh! Filho de minha alma
Para a pátria defender,
O Brasil já tem jurado
Independência ou morrer.”
E finalmente o Hino da Proclamação da
República. Vamos recordar, pois muitos dos teus filhos já esqueceram:
"É de amor nossa força e poder,
Mas da guerra, nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres
irmãos!"
Despertas em todos, o senso de
civismo, mas que há muito tem se esquecido. No entanto, podemos modificar tudo
isto. Como? Ensinando cada criança, quando ainda na escola, a cantar as
homenagens que fizeram para ti, oh! Mãe amada e gentil.
Quando a Constituição foi assinada em 1988, houve
um partido político, atualmente no alto escalão da política, tentanto possuir Minha
Gente, aliás como sempre, votou contra, mas assinou-a. A velha incoerência de
sempre, qual seja, morde e assopra; mas mesmo assim, em nome de meus filhos queridos
e merecedores vou lembrar-lhes, até porque cabe a mãe ensinar seus rebentos:
O Preâmbulo da Constituição da
Republica Federativa do Brasil, promulgada em outubro de 1988 assim dispõe em
sua íntegra:
“Nós, representantes do povo
brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte, para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança. O bem-estar, o desenvolvimento,
a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida na
ordem interna e internacionalmente, com
a solução pacificas das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus a seguinte Constituição da
República Federativa do Brasil.”
Art. 1º. A
República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Portanto, minha prole tão
amada protejam-me da corrupção
Meus filhos indefesos,
trazendo-lhes segurança, saúde, alimentos, vestimentas, moradia decente, o fim
das famosas "bolsas" e deem trabalho para estes filhos nas obras
inacabadas pagando-os com salário justo, prendendo, imediatamente, os
mensaleiros ou os famosos 40 ladrões e não esquecendo o Ali Babá que todos
sabemos quem é.
Brasil para sempre serás a nossa mãe sagrada, pura
e brasileira. Defederemos-te sempre que for nescessário.
Com amor, fidelidade e coragem a nossa grande família que tu Mãe tão amada recebestes e proteges.
Roseli Hübler
em tupi antigo que significa:estrangeiros
em todo lugar